terça-feira, 30 de novembro de 2010

Então, o que fazer?

Talvez a gente nunca se perdoe pelo tempo perdido ou pelas pessoas que insistem em passar nas nossas vidas, e que mesmo com todo esse amor que temos guardado no peito, nos envolvemos e mais uma vez, achamos que podemos nos descartar. Não dá. Eu espero que você não demore muito para perceber isso, porque dói pra caramba ver seus sorrisos com outra pessoa. Sou egoísta demais pra te dividir de novo com outro alguém. Não aceito que você use do mesmo charme e as mesmas mãos que usou comigo, não aceito! Isso era pra ser só meu e nenhuma outra deveria experimentar de você. Como você me dói, heim? Em pensar que, um dia, você foi o grande responsável por todas as melhores sensações que eu já senti. Por isso, não nego que te espero, não sei me comportar de outra maneira. É difícil recomeçar quando seu coração insiste em alimentar esperanças que não existem. Como se já não bastasse, não é que dei pra me fazer de masoquista agora? Leio mensagens, vejo fotos, bagunço pensamentos e faço questão de colocar em baixo do tapete, todos os nossos erros, só pra te ter por perto e conseguir te amar mais um pouquinho. E enquanto você não volta, coloco tudo que nos transforma em plural dentro da minha mochila e carrego por aí, sem rumo, sem pensar em nada. E se você não voltar? Eu juro que tento ser feliz com outra pessoa. O mundo está cheio de gente legal, capaz de me amar mais do que você me amou. Vou seguindo a vida desse jeito, sabe? Vendo você em outros rostos , e nunca desistindo de ser feliz de novo. Esse deve ser o segredo da vida. Muitos vão te machucar e fazer você sangrar, mas nem todos você vai querer esquecer. Existem dores que você nunca vai compreender e outras, que se comportam como o vento. Elas surgem de repente, bagunçam toda sua vida, desarrumam tudo o que você conquistou e acabam com sua maquiagem em um piscar de olhos, e mesmo assim, você não descarta. Como se fosse o coração gritando:Ei, eu ainda to ocupado, não esquece!?, e dá pra esquecer? Alguém pode, por favor, avisar pra ele que você quer continuar guardando tudo isso? Certas coisas são eternas, são cicatrizes que nunca somem. Quem não sentiu, não viveu e muito menos, amou de verdade, do jeito mais inocente, se entregando de corpo e alma, nunca vai entender. Sempre vai parecer intenso demais, dramático demais. E depois de todo o julgamento, olhamos pro nosso umbigo e pensamos que não estamos livres de nada, que não existe essa história de que cada um carrega a cruz que consegue. Eu não consigo. Parei de caminhar, engoli o choro e sentei na calçada. Chovia e eu nem me importava. Doía e sequer havia um remédio. O inexplicável é assim mesmo. Abraços, noites sem dormir, choro fora de hora e pequenos vícios não cobrem, não são o suficiente para dar forças a um coração partido. Porque que é que a gente sempre procura o que dói mais?


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dane-se você !

Sempre achei que esse amor era coisa de quem não tinha nada melhor para fazer. Eu só o sentia porque estava infeliz naquela vida pacata. Só por isso. Resolvi então agitar a vida pacata. E comecei a sair mais de casa, enxergar as pessoas ao meu redor, mais viagens, mais baladas. Amor é coisa de gente pacata e agora que eu tinha uma vida agitada, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta.
Nada feito. Só piorou. Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada. Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pra pensar nele. Claro, mesmo com a semana agitada trabalho, eu fico em casa o fim de semana todo, alegando cansaço, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira. Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo. Fui procurar Jesus.
Achei que ficaria tudo bem. Ficou nada. Eu só parei de sonhar que botava fogo no apartamento do ser amado ou que arrancava os olhos de todas as mulheres do mundo. Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava.
Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando o visual, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Cabelo novo, roupas novas, sapatos novos, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não?
Ah, que que é isso! Amor deve passar com um novo amor, não? Olha lá aquele menino bonito te olhando, o outro que escreve bonito, o outro que te faz rir um monte, tem também aquele ali, com mão firme. Nada. Nenhum deles foi capaz de me salvar, de substituir minhas células cansadas em sentir sempre a mesma coisa. Nenhum foi capaz, nem por um segundo, de me levar para passear em outros tormentos. Ou outras alegrias. Qualquer outra coisa que seja.
Aí veio a idéia brilhante. Será que se eu mergulhasse de cabeça na estupidez desse amor, não me curava? Será que se eu, por um minuto apenas, parasse de sentir tudo isso de dentro da grandiosidade que eu inventei para tudo isso e enxergasse de perto como tudo é tosco e pequeno, eu não me curava? Só piorou. De frente para ele e suas constatações tão absurdas a respeito de tudo, só consigo sentir ainda mais amor. E quanto mais e maiores motivos para não sentir, ele e a vida me dão... Adivinhem? Sim, o amor cresce. Irresponsável, sem alimento, sem esperança e de uma burrice enorme. Ainda assim, forte e em crescimento.
Mas esse amor, ah, esse amor é coisa de quem não ama a própria vida.Estou aqui graças a minha maior qualidade: a fé. Sim, isso só não funciona pro amor, mas pra todo resto na minha vida acreditar sempre funcionou. Tudo certo com a minha vida. Ou quase tudo certo. Ainda sinto esse amor ridículo. Essa coisa infernal que me vence todos os dias, todos os minutos. Quantos bons contatos me admiram e me elogiam. Ainda bem que alguém além de mim acredita em mim. É tanta coisa boa acontecendo, tanta gente boa se aproximando que tá na hora de acordar. Enxergar. Receber.

Taí. Tá bom. O amor venceu. Você venceu. Venceu. Venceu. Venceu. E eu acabo de descobrir, simples assim, a única maneira de me livrar desse sentimento: aceitando ele, parando de querer ganhar dele. Te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E foda-se você.

sábado, 27 de novembro de 2010

Pq vc me faz tão sua, pq vc me faz tão eu !

Não quero amor de fim de noite. Não quero amor de uma noite só. Não tenho mais idade - nem saco - pra micareta. Não sei mais paquerar ou fazer joguinho de “não te quero só pra você me querer”. Não preciso que me queiram pra massagear meu ego. Tenho foco. Sou mulher de um homem só. Não preciso de conversinha com ex-rolos no Messenger porque sei bem o que eu quero. Não preciso de homem pra massagear meu ego. Não preciso testar meu poder de sedução mantendo possíveis casos amorosos na internet. Não preciso de ninguém pra me dizer o quanto sou linda, gostosa e inteligente. Pra isso, tenho espelho, academia, papel e caneta. Não preciso usar meu corpo ou muito menos minhas palavras pra conquistar alguém. Pra isso, tenho sentimentos que falam por mim.

Eu perdi. Perdi noites de sono em baladas freqüentadas por garotas de saias e cabeças pequenas. Por playboys deslumbrados, com algum dinheiro e nenhum pedigree. Por corpos sarados e mentes doentes. Festas com muita pose e pouca atitude. Com convites que custam caro e pessoas que se vendem por tão pouco. Me perdi e não encontrei ninguém. Torrei meu dinheiro e minha paciência. Estourei meu cartão de crédito e, por pouco, não estouro meus tímpanos. Mas, quer saber? Cansei de música alta. Prefiro quando você fala baixo no meu ouvido. Prefiro ficar vendo os aviões brancos dando rasantes sobre nossos corpos tintos. Prefiro você suave. Prefiro o silencio dos seus olhos me dizendo que me ama. Prefiro sua voz de madrugada. Prefiro quando você se perde nas notas. Prefiro sua música, seu tom. Por você, eu dei uma nova chance a mim mesma. Eu dei minha cara a tapa. Por você, eu voltei a acreditar no amor adolescente e a ter calafrios na espinha. Por você, tento controlar meu ciume. Por você, posso largar música agitada e aprender a gostar de jazz. Por você, eu largo as bebidas baratos, os xampus caros e as roupas curtas. Porque quando você está dentro, não existe mais nada lá fora. O mundo acaba aqui, na gente. Porque você me faz tão sua. Porque você me faz tão eu.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Amor não se pede

Amor não se pede, é uma pena.
É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira. É uma pena ter o coração inchado de amar sozinha, olhos inchados de amar sozinha. Um semblante altista de quem constrói sozinho sonhos. Mas você não pode, não, eu sei que dá vontade, mas não dá pra ligar pro desgraçado e dizer: ei, tô sofrendo aqui, vamos parar com essa estupidez de não me amar e vir logo resolver meu problema? Mas amor, minha querida, não se pede, dá raiva, eu sei. Raiva dele ter tirado o gosto do mousse de chocolate que você amava tanto. Raiva dele fazer você comer cinco mousses de chocolate seguidos pra ver se, em algum momento, o gosto volta. Raiva dele ter tirado as cores bonitas do mundo, a felicidade imensa em ver crianças sorrindo, a graça na bobeira de um cachorro querendo brincar. Ele roubou sua leveza mas, por alguma razão, você está vazia. Mas não dá, nem de brincadeira, pra você ligar pro cara e dizer: ei, a vida é curta pra sofrer, volta, volta, volta. Porque amor, meu amor, não se pede, é triste, eu sei bem. É triste ver o Sol e não vê-lo se irritar porque seus olhos são claros demais, são tristes as manhãs que prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa. É triste respirar sem sentir aquele cheiro que invade e você não olha de lado, aquele cheiro que acalma a busca. Aquele cheiro que dá vontade de transar pro resto da vida. É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz. Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer,implorar. É triste lembrar como eu ria com ele. Mas amor, você sabe, amor não se pede. Amor se declara: sabe de uma coisa? Ele sabe, ele sabe.
Eu sei que sou pesada, triste, dramática, neurótica, louca, insatisfeita, mimada, carente. Mas você se esqueceu da minha maior qualidade: eu sou só. (...) Eu sempre fui só querendo ter uma família grande, café da manhã, Natal, cachorro, e eu continuo só quando te vejo, mas você me deixa sozinha com duas ou três opções de suco para uma ou duas opções de pão. O mundo é cheio de opções sem você, mas todas elas me cheiram azedas e murchas demais. Eu continuo só quando quero escrever uma vida com você, mas você detesta meus caminhos anotados e minhas regras. E eu detesto seu sono e sua ausência. Eu detesto seu riso alto e forçado pisoteando o meu mundo de sombras, eu detesto você saindo pela porta e as paredes se fechando, se fechando, e eu sem poder berrar para, pelo amor de Deus, você me resgatar, e me colocar no colo, e me dizer que você me entende e sofre também. Eu sou só porque enquanto eu pensava tudo isso, você impunha aos quatro ventos, querendo parecer muito forte e macho para seu grupinho muito forte e macho, que você poderia simplesmente abaixar meu som ou mudar de canal, como um programa chato qualquer que passa na sua tv. Eu hoje fui ao banheiro duzentas vezes para ficar longe do meu celular e do meu e-mail, ficar longe de todas as possibilidades da sua existência. Me olhei no espelho bem profundamente para enxergar minhas raízes e ganhar força, chorei algumas vezes, fiquei sentada no chão do banheiro, para ver se meu corpo esquentava um pouco ou porque estava mesmo me sentindo um lixo. O ar-condicionado hoje está insuportável, mas eu não acho que mude alguma coisa desligá-lo. Estar sozinha não muda nada, conheço bem esse estado e, de verdade, sei lidar até melhor com ele. O que me entristece, é ter visto em você o fim de uma história contada sempre com a mesma intensidade individual. Eu tinha visto na sua solidão uma excelente amiga para a minha solidão. Achei que elas pudessem sofrer juntas, enquanto a gente se divertia.

domingo, 21 de novembro de 2010

Droooga !


Hoje eu acordei e quis só você. Queria ver de perto seu sorriso tolo e ser surpreendida por palavras doces, dizendo que tudo não passou de um grande mal entendido e que você não tem um outro alguém, que seu coração me pertence desde sempre. Acordei e quis acreditar cegamente que tudo não passou de um sonho. Que mania tola essa do mundo não aceitar o perdão! É claro que eu te perdoo, mas quando é que você vai me pedir desculpas? Ainda vai demorar muito? Seria engraçado se não fosse trágico. Até mesmo a dor que você me deixou é diferente de todas as outras. Ela é responsável pelo meu olhar triste e perdido junto com os meus pensamentos soltos, mas se porta feito lady quando se trata dos nós na garganta que o choro contido insiste em provocar decretando vingança. Mais curioso ainda é a maneira como meu sentimento não muda de forma, muito menos de tamanho. Deixo transparecer que por mais que você me dê náuseas por atitudes egoístas e egocêntricas, eu sempre vou te amar. Sempre vou estar aqui, com os olhos transbordando esperança, esperando você aparecer com seu sorriso tolo novamente.

Com toda essa mistura sem nome que você provoca dentro de mim, como resistir? Eu não faço ideia de como será o futuro e mesmo assim, torço loucamente para que meu jeito comum, minhas bochechas coradas e mãos frias de sempre consiga despertar o velho sentimento, que você fez escondeu em alguma caixa velha e nunca mais mexeu. Não estou pedindo pra você ficar e muito menos, estou implorando um pouco de passado(apesar da proposta ser tentadora), eu só quero te ver mais uma vez. Pra me testar, testar você. E se for mesmo a última vez? Talvez a gente descubra que a saudade é a única coisa que deve ser sentida. Talvez a gente já tenha tido tempo o suficiente para sermos plural e o destino está se encarregando de me mostrar que ser singular é o que me resta.

Parece claro, para mim, que você vai continuar participando indiretamente dos meus dias. Ainda vou te ver em outros rostos e insistir em procurar o seu oposto, para que seu nome nunca mais invada os meus dias. Por mais dramático e exagerado que meu sentimento aparente ser, você nunca vai chegar perto de entender. É intenso demais e dono de uma pureza insana. Como Adriana Calcanhoto, eu te dou meia hora, mas não pra mudar a minha vida! E sim, para você ler esse amontado de palavras e sentimentos, e achar algum sentindo. Aliás, se achar.. me explica! Quero parar de tentar achar a saída desse labirinto em que me meti.

Pode me tocar, me obriga a te olhar nos olhos mesmo parecendo impossível, me faz sorrir, traz de volta todo o brilho dos meus olhos, me faz desarrumar tudo que passei semanas organizando em caixas de mudança. Vai, surta! Chute todas essas caixas e espalha tudo de novo! Mas não esquece de deixar a dor e a esperança na caixinha do correio antes de sair. Elas sempre me oferecem abrigo e roupas secas quando você solta a minha mão, sendo assim, tem como não se acomodar? Me sinto boba, perdida e infantil, mas todo o meu masoquismo é válido. Você sempre aparece no meu quarto e me abraça quando eu durmo. Tudo para insistir nessa loucura de te ter perto de mim, mesmo que indiretamente.

sábado, 20 de novembro de 2010

=/

Eu não tinha certeza do que me prendia a ele, mas também não fazia ideia do que não me deixava ir embora. Ele nunca passou se um cara comum, desses que eu poderia conhecer em qualquer barzinho, rodeado por amigos, mulheres descartáveis e boa bebida. E isso me angustiava mais do que o normal. Afinal, maior parte desses caras que conhecemos por aí são iguais, mas eu tinha certeza de que ele não se encaixava tão facilmente assim nessa laia. Eu queria saber se estava enganada, se ele realmente não era mais um cara banal que ia passar na minha vida.

Nos beijamos. Ele não precisou de mais de meia dúzia de palavras para me beijar. Um absurdo, eu sei. Mas naquele dia, eu quis testar os meus limites. O álcool me dominava. Mas como eu não faço nada na vida sem uma teoria ou justificativa, o usei sem pensar duas vezes. E naquele momento, ele deixou de ser mais um cara vazio. Em questão de segundos, eu já tinha percebido que estava me metendo em uma das maiores furadas da minha vida. Certos beijos possuem tanta intensidade, tanta entrega, que valem mais do que uma vida.

Nenhum diálogo, nenhuma amizade de anos ou qualquer envolvimento possível que eu poderia ter com ele, não se comparava a nossa afinidade. Eu queria saber dos seus medos, do seu passado, do seu sexo. Eu queria ter ele nas mãos com a mesma ansiedade de uma criança com um brinquedo novo. Sem perceber, eu havia me transformado em uma criança mimada, egoísta e ciumenta. Não dividia, não emprestava, não vivia. E quando abri os olhos e chorei o maior choro do mundo que eu finalmente percebi o quão profundo era o poço em que eu havia me metido. Desde o começo, eu sabia que ele era confusão das boas, mas o que algumas palavras bonitas não fazem? Que mulher não quer ser a exceção do cara que ama? Que mulher não procura sinais o tempo todo, na esperança de encontrar uma solução pro que machuca?

É, você, minha mãe, meus amigos acham que eu deveria colocar fim no que me machuca mais do que me faz bem. Mas será que alguém pode se colocar no meu lugar? Eu tirei toda a minha armadura, abandonei meus medos e ignorei meus princípios para ficar do lado dele. Ele descobriu coisas que eu não fazia ideia de que escondia. Fez meu corpo, minha alma, meu sorriso de mapa e explorou cuidadosamente cada parte minha. E toda vez que me perguntam o que esse cara comum tem de tão incrível pra me manter fiel aos meus sentimentos mesmo na dor, eu me mantenho silenciosa. Sequer me dou ao trabalho de responder. Ele tem tudo ao seu favor e isso basta.

domingo, 14 de novembro de 2010

É isso...

Desliguei o telefone respirei fundo, como se pudesse impedir que as lagrimas caissem.
Mas não limpei, deixei cair todas elas... e quando terminou lavei meu rosto e vi meus olhos inchados ainda.
Saudade de ver meu sorriso de verdade no meu rosto, aquele que de dar prazer de ver.
Estou com saudade de ser feliz, saudade de ter um lugar seguro pra correr, não que eu fuja dos meus problemas. Eu apenas me canso deles.
Me canso de falar dos mesmos problemas, estou cansada de dizer que amo você e não ter nada em troca. Estou cansada de todas essas migalhas, mas preciso eu mudar tudo isso.
Porque se recebo isso de você a culpa é minha que aceitei e aceito isso.
O amor é pra fazer bem, doação de ambas as partes, que graça tem se doar sozinha, se dedicar sozinha...
Ha se você soubesse o quanto de sentimento, o quanto de amor tem dentro de mim.
Não é correto comigo me machucar tanto, não mereço.Preciso de alguém que se importe mesmo comigo, com meus problemas, alegrias,vitórias,fracassos...
Pois é por que se relacionar com quem quer que seja,amigo,ficante,namorado,marido,família... temos que se importar com as coisas boas e ruins.
Hoje eu acordei sem ter quem amar. Não que isso seja raro ou indiferente. Apenas porque sinto falta da magia, falta de todos os homens que achei que seriam os últimos que eu amaria. Não dá, existe alguma mulher no mundo que não fique boba e descontrolada na frente do homem que ama? Ele vai embora e é como se nunca tivesse existido paz. Ele leva todo o meu melhor quando sai porta afora com meu coração no bolso. Sabe qual o pior disso tudo? Ele não dá a mínima. Sabe o quanto sou louca por ele e o quanto me esforçaria para tudo dar certo então, a solução parece simples, não? Se nada der certo, ele me procura. Porque não? Me coloca na reserva como se esperasse qualquer crise existencial aparecer, só pra correr pra me abraçar, como se nunca me machucasse, como se estivesse fazendo um favor para mim. E eu adoro. Conto os segundos para ele desorganizar o meu sossego e ir embora como se eu nunca tivesse existido em sua vida.
Eu saberia reconhece-lo no escuro, sem sequer um toque. O cheiro basta. E até hoje, me emociono de maneira fria, sem mover um músculo do rosto, quando sinto seu cheiro em outras pessoas. Tenho vontade de gritar e mandar todas elas não sairem de perto de mim. Nossa, como me tornei boba depois que te conheci!Não consigo investir em outras pessoas, porque tenho preguiça. Não consigo amar ninguém, porque amo você. Ainda acho que o mais preocupante é adorar essa sensação de solidão. Os outros corpos não chegaram perto de me proporcionar uma estabilidade maior do que encontro quando estou sozinha. Mas te digo que é inevitável que a esperança diminua com o passar dos meses. Eu tento fielmente não esquecer seus sorrisos e manias histéricas que sempre me faziam rir, mas os dias tornam isso, cada vez mais, difícil..
Aliás, eu já te contei o quanto você me fazia feliz? Eu sempre morri de medo de você nunca conseguir deixar de ser uma pessoa tão seria e dar alguns sorrisos sem motivo, por besteira, sabe? Queria te mostrar o quanto o mundo é mais simples do que parece, mesmo parecendo tão complicado. Queria te mostrar minha coleção de histórias bobas e falar do meu passado sem pé nem cabeça, enquanto estivessemos deitados na grama e olhando pro céu. No final das contas, quando realmente gostamos de alguém, descobrimos que certas coisas, um carro do ano e melhores amigos não suprem. Nós precisamos de mais. Precisamos de um abraço masculino numa noite fria, de um beijo no olho em um momento inesperado e um sorriso instantaneo, sem motivo mesmo. Algumas pessoas só são felizes depois que descobrem o que é o amor, e as outras? Sabem exatamente como é e o quanto dói, e mesmo assim, não desanimam. Se pegam sorrindo em uma noite fria, na rua deserta, sem nenhuma companhia, pelo simples fato de ele existir para fazer seu mundo melhor.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

...

Descobri que não há nada pior do que amor mal-resolvido. Lidar com a perda de encantamento e do brilho dos olhos é somente para os fortes. Por diversas vezes, me senti fraca, muito mesmo. Fui pega pelo nível mais avançado do vírus. Sentia que não existia mundo fora do meu quarto frio, que sempre procurou desesperadamente me aquecer, enquanto eu me cortava de maneira compulsiva por dentro. Eu só sabia deixar a maquiagem escorrer pelo meu rosto e me encher de esperanças tolas e sem sentido.

Ainda dói, sabia? Não como antes, claro. Acredito que quando conhecemos o nosso limite não só de amor, mas de dor também, nos tornamos mais duros com os romances de estação que surgem ao longo da vida. O próximo sempre vai ter que lidar com as feridas entreabertas que acumulamos no corpo. Ia ser fantástico poder apagar todas as memórias antigas e incovenientes que cismam em surgir quando estamos recomeçando. Não, eu nunca iria conseguir te apagar. Pelo contrário, reviveria tudo, até mesmo, com mais intensidade, se soubesse o momento exato que você ia me deixar. Imagina nunca saber o que é se sentir completa quando você me envolve nos seus braços? E me sentir dramática todas as vezes que escrevo sobre você.

Sempre gargalhei de todos os tipos de declarações intensas que já li e presenciei. Nunca achei normal alguém se apaixonar à primeira vista ou conseguir se sentir protegida com as mãos dadas, e hoje, vejo que eu sempre fui a grande tola. Você some e tudo que me cerca, se torna desinteressante e sem graça.Minhas festas e sorrisos são sempre pela metade e, quase sempre, estou tensa, me concentrando para andar na linha. Sem perder meu caminho, minha boa índole e os princípios que ainda restam.

Eu nunca sequer procurei anestésicos em outros corpos, muito menos em remédios, mas o que fazer quando você desperta instintos e desejos obscuros que nem mesmo eu conhecia? Sinto vontade de me afundar em algum copo de bebida ou uma droga qualquer, para que as pessoas pareçam mais interessantes e eu, mais interessada. Quero recomeçar, faço disso um exercício diário. Mesmo que seja falso, mesmo que nunca saia completamente de mim. É, eu finjo. Não sou aquela bonequinha que você conheceu, usou e cansou de brincar. Nunca fui. Minto, choro, escondo as minhas dores de pessoas desnecessárias e grito todas elas, em um choro abafado, para quem eu deveria fugir, e uso quem se importa de verdade comigo. É da minha natureza. Talvez eu nem gostasse tanto assim de você, se não fossemos tão diferentes. Cansei do comum. Cansei dos sorrisos que já fingi depois que você bagunçou a minha vida. Cansei se precisar de alguém correndo atrás de mim para me sentir menos sozinha. Cansei de me sentir metade.




Outro dia, li e refleti com Clarice Lispector dizendo: "Porque eu só por ter tido carinho, pensei que amar era fácil". Descobri que não sei nada sobre o amor e quanto mais o tempo passa, minha certeza aumenta. Como eu ia dizer tudo isso pro coração, sem que ele sangrasse? Minha vontade era de mandar ele voltar pro quarto, mantendo todas as janelas e portas bem fechadas. Eu só queria proteger ele do mundo e da dor que iriam que causar. Eu queria confortá-lo com palavras bonitas, deixando claro, que o mundo nem é tão preto e branco como parece. E não é que o danado me surpreendeu? Veio cambaleando até mim e me deu um beijo na testa. Rapidamente a adrenalina correu por todo o meu corpo e ele disse: "Fica bem. Por mais destroçado e quebrado que esteja, um coração nunca para de bater. A vida se encarrega de apresentar as dores e o dia de amanhã, de superá-las.". Dormi tranquila.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

o cara perfeito


O cara perfeito não me deixa louca, porque perdeu a hora com os amigos e esqueceu de dar notícias. Ele manda mensagem até no meio do futebol. Ele nunca cansa de me surpreender. Me manda flores e me enche de chocolates quando eu menos espero, nada de esperar datas comemorativas. Ele se veste bem, conhece bons restaurantes e está sempre disposto a me apresentar algo novo. Não cansa de me elogiar. Não cansa de dizer o quanto sou inteligente, bonita e especial. Ele não olha pra mais ninguém e me ama como se fosse a última pessoa por quem fosse se apaixonar. É intenso e carinhoso. Quase não tem ciúmes.

O cara perfeito é um completo cavalheiro. Adora as minhas amigas, passa horas conversando com a minha família e perde a noção do tempo quando brinca com meus sobrinhos. Não se atrasa, me enche de mimos e me acha a mulher mais bonita de todas mesmo quando chega de surpresa na minha casa, e me acorda com um beijo no olho. Fala palavrão só quando necessário, e quando fala, faz questão de se desculpar, e abre a porta do carro até quando a gente briga. Peraí, nós não brigamos. Nunca. O cara perfeito me faz a dona da razão, mesmo quando estou errada. Nunca se altera e sequer muda o tom de voz comigo.

O cara perfeito entende a minha tpm louca e não acha que é apenas uma invenção das mulheres. Ele vê comédia romântica no cinema. Aliás, ele vê o filme quando vai pro cinema comigo. Chega desses caras que escolhem o filme pela duração e querem me fazer de protagonista. Ele lembra todos os aniversários de mês de namoro, como se fosse o primeiro filho de um casal, sabe? Ah, como eu poderia esquecer disso... ele quer casar na igreja e ter, pelo menos, dois filhos. E faz questão de pedir a minha mão para o meu pai, como manda a regra.

Não some, não me trai e não me magoa. Parece que ele só dá um passo a frente depois de se certificar que o terreno é seguro para eu passar. Tem mania de proteção, é previsível, larga os amigos quando eu faço charme e não faz sexo, faz amor. Ele não bebe, não fuma e nunca experimentou nenhum tipo de droga. Vai à poucas festas, é caseiro. Prefere cinemas e teatros. Não é muito fã de lugares barulhentos com pessoas suadas e nenhum propósito de vida. Ele lê bons livros, escreve maravilhosamente bem e tem rostinho de menino mais novo, desses que dá vontade da gente colocar no colo e não largar nunca mais. Nenhuma barba, nenhuma história. Como se tivesse feito especialmente para você e ninguém tivesse tido a chance de tocar antes. E quer saber o melhor? O cara perfeito não existe. Ainda bem, porque ele seria um tremendo porre.

domingo, 7 de novembro de 2010

E agora o que a gente vai fazer? Eu também não sei!

Vendo o clipe do jota quest O QUE EU TAMBÉM NÃO ENTENDO lembrei taanto de você.

" amar não é ter que ter sempre certeza
é aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém "

Por que sendo tão diferente de você, amo tanto, quero tanto, sofro tanto?
Queria entender você, ao mesmo tempo não...
Porque mesmo com tudo isso, mesmo assim quero você, quero estar com você
Será que um dia vou entender tudo isso? Será que um dia vou ter você de verdade?
Passar eu sei que vai passar, por mais que muitas vezes eu lute pra não te querer, na verdade eu não quero deixar, me prendo nesse sentimento.
A gente não fala a mesma lingua, brigamos mais que o comum e mesmo assim você tem o melhor beijo do mundo e seu sorriso e a sua voz ainda me faz me sentir no paraiso.
O que fazer com tudo isso?
Com essa saudade que nunca passa, com esse amor que só cresce, mesmo que eu lute contra ele, parece que ele é mais forte que eu.
Você é o meu porto seguro, quando tudo dá errado só quero ver você, parece que só você vai me dizer a coisa certa, que vai segurar a minha mão e dizer que vai passar

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

E tchau !

Passaram alguns meses. Abri meus olhos. Ele já não era o melhor cara do mundo. Já tinha virado mais um cara previsível. As promessas eram as mesmas de antes que não haviam sido cumpridas. Eram empurradas com a barriga, junto meu niilismo. Percebi que chegamos ao final, quando me perguntei: Cadê todo aquele amor ansioso que eu guardava dentro de mim? Ele aquietou? Meu coração de machucado pulou pra cansado. De cara incrível, você passou a ser mais um desses caras inseguros que querem abraçar o mundo, mas tem medo de dormir sozinho de noite. E todo dia, eu mato um pouquinho de você dentro de mim. Nada de músicas melancólicas e masoquismo típico do fim. Eu te mato sendo feliz. Abro as mãos e deixo as migalhas irem embora. Sem lágrimas, sem dor, sem ilusão. Eu te desejo tudo de melhor e espero que você queira o mesmo pra mim, por isso, peço pra que me deixe ir embora. Meu coração acelera, penso que não vou conseguir resistir, mas mantenho minha decisão. Coloco as mãos no seu rosto, enquanto olho pra você pela última vez e beijo delicadamente seus olhos. Sem pressa, não quero perder nenhum momento. Como um mantra, uma simpatia, uma despedida. Obrigada, eu penso. Deixo a chave em cima da mesa, bato a porta e sorrio aliviada.