segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Bela e o Burro

Depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre.
Mas, pela primeira vez, triste por você. Fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como você, ainda assim, não deixar de olhar pra você e ver um homem maravilhoso.
Que outra mulher te veria além da sua casca?
É tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu. E você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar com ela.
Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. Ou sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirme que o seu dia valerá a pena. Ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca. A casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas “quem gostar de mim não serve pra mim”.
E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos.A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.
E você me olha com essa carinha banal de “me espera só mais um pouquinho”. Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta.
Volta porque pode até ter uma coxa mais dura. Pode até ter uma conta bancária mais recheada. Pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. Mas não tem nenhuma melhor do que eu. Não tem.
Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo. E eu passei os últimos meses escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso.

Caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro. E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. E do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. Sabe o quê? Eu vou para a cama todo dia com saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto.
Bastante assunto.

Eu tenho pena das mulheres que correm o tempo todo atrás de se tornarem a melhor fruta de uma feira. Pra depois serem apalpadas e terem seus bagaços cuspidos.
Também sou convidada para essas festinhas com gente “wanna be” que você adora. Mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Final

Afinal tudo aconteceu como eu previa, só não podia acreditar. Aquela mesma história triste se repetiu. Bastou que eu fechasse os olhos por um único instante pra ver você partir assim tão fácil, da mesma forma como apareceu. Foi só eu soltar tuas mãos por um segundo pra ter que te ver caminhando em outra direção. Naquele dia eu ia te dizer como você era perfeito, mas não havia mais tempo. Não, eu não estou triste, eu sei que você também me quis, talvez não com tanta intensidade, mas quis. Eu queria te falar como as coisas passaram a ser tão claras depois que você surgiu, mas você não pôde me ouvir. Não se preocupe, todas as palavras que eu decorei pra te dizer naquele dia concerteza serão esquecidas e eu não estou falando de amnésia. Só vão restar as cicatrizes, estas nunca somem. Você não terá mais que ouvir minhas palavras, no final não vai restar mais nada

domingo, 16 de janeiro de 2011

A pior parte de sair de um romance, é saber que você jamais vai se abrir tanto novamente

O que eu faço e o que eu sou. São pessoas diferentes que, aos olhos de muitos, são absolutamente iguais. No entanto, tamanha semelhança não justifica tanta confusão. Caixas cheias, contendo toneladas de decepções são empilhadas a cada vez que o que eu faço entra em conflito com o que eu sou. E não há como juntar as pessoas em uma. São almas feitas para serem somadas, não subtraídas. Se houvesse algum jeito de fazê-lo, os verbos ser e fazer seriam um só, com o mesmo significado. Portanto, não confunda. Não confunda.
Olhando aquelas fotos antigas eu me senti feliz outra vez, como nunca mais havia me sentido. Sentimento estranho esse que me faz sentir assim. Acha exagero? Besteira. Eu fui feliz. Você foi a minha felicidade durante muito tempo, mas no fundo eu sempre precisei de alguém. Alguém que nunca esteve do meu lado da forma que eu necessitava. Percebe como as coisas são complicadas? Quando a gente sente que não existe mais nada a ser perdido percebemos que a vida pode ser bastante injusta, na maioria das vezes. Como um sentimento pode ser capaz de me tirar com tanta facilidade o chão? Sinto que alguma coisa está fora do lugar. Não me enxergo mais sozinha. Tudo o que eu tenho são alguns sentimentos que estão guardados pra que um dia eu possa entregá-los a você. Nada mais.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Aprenda !

As vezes você aprende, e acaba esquecendo, que todos vão te fazer chorar, mais cabe a você decidir por quem realmente vale apena sofrer, a vida te prega peças, é claro que sim, porque quanto mais alta a altura da sua felicidade, mais dolorido será o tombo, e você vai chorar, vai sofrer, vai esquecer, mas com o tempo vai acaba fazendo tudo de novo, porque a vida é assim, por mais que você saiba que é errado, que o fim será triste, você prefere viver feliz, um, dois meses, ou até anos, do que ficar esse tempo todo se arrependendo de tudo que não fez por medo de sofrer!
Você aprende que as pessoas que menos se importão com a sua existência, serão aquelas que quando você cair, vão te ajudar. Portanto, não se importe com o que pode acontecer, viva o hoje como se não existisse um amanhã, e não ligue para o que os outros pensam, porque isso é problema deles!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ainda a sua espera


Viver com intensidade sempre foi meu lema, nunca me importei com o tamanho da queda e sim com o tempo que demoraria a chegar ao solo. Esse tempo, de fato, sempre foi mais proveitoso pra mim já que, de alguma maneira, eu sabia que o chão era a única certeza das minhas aventuras. Porém, sempre chega o tempo em que se atirar de cabeça em precipícios sentimentais se torna cansativo e mais doloroso do que de costume.
E esta é a hora mais temida, o coração não se satisfaz mais com paixões passageiras, borboletas momentâneas na barriga, pequenas acelerações cardíacas, amores noturnos e manhãs solitárias. Meu coração pede mais que pequenos sentimentos, necessita de arrepios na pele só por ouvir teu nome, faltas de ar após cada frase sua, lágrimas de emoção por saber que sou correspondida ou até mesmo de tristeza por perceber que não sou.
Tudo que eu preciso é poder sentir, novamente, que estou viva. Já não me basta mais sentir o vento soprar o meu rosto enquanto imagino que seja seu toque, não é mais suficiente ter, somente, a solidão como companhia. Todas as partes em que vou tem um pedaço de ti. Às vezes chego a pensar que o pedaço que encontro nos lugares, na verdade, está em mim e que, talvez, por isso eu jamais tenha conseguido te esquecer como havia lhe prometido.
Sem ti, tenho vivido de memórias, fotografias, músicas tudo que me lembre que um dia eu já me senti completa ao invés de despedaçada. Ocupo meus dias planejando algum jeito de te fazer voltar, mas tudo parece - me em vão. Se eu dissesse que desde que você saiu porta afora não acredito mais em luz ao fim do túnel eu estaria fazendo um eufemismo, de forma que o meu túnel deveria ser chamado de caverna pois está fechado, não há saída do outro lado.
Espero que esta jornada por esta caverna com algumas velas que não duram mais que uma noite e que iluminam menos da metade da escuridão que aqui habita não esteja sendo uma perda de tempo para quem vos é dedicada esta carta. Tenho esperança que os caminhos que tenhas percorrido sejam mais iluminados e mais calorosos que os meus e que esses mesmos caminhos um dia tragam - lhe de volta ao lugar que eu desejava que você nunca tivesse saído. E nós sabemos que eu estarei aqui, ainda a sua espera.